Capacitação em língua estrangeira ainda é barreira para a expansão corporativa no Brasil. Essa é a realidade geral para as empresas multinacionais instaladas aqui, parceiras de empresas internacionais e também para sucursais de companhias brasileiras no exterior. É necessário um esforço conjunto visando atender as necessidades de uma base de clientes diversificada, ampliando a capacidade de se comunicar em vários idiomas. Trata-se de imperativo estratégico.
Investir em treinamento de idiomas beneficia funcionários e auxilia a criar uma cultura corporativa mais global, item fundamental para as organizações que procuram ganhar vantagem em novos mercados. No entanto, muitas empresas não conseguem ter uma abordagem proativa para a formação linguística como parte de suas estratégias globais, o que pode tornar os esforços de expansão mais desafiadores.
Parcerias
"Muitas empresas nos buscam depois do fato consumado", diz Lúcio Sardinha, CEO da UP Language.
“Essas empresas estabelecem parcerias globais e constroem fábricas ou escritórios em outros países para, depois do investimento, perceber que seus líderes não podem se comunicar com as novas equipes.”
Se uma empresa quer que um funcionário atinja um nível de proficiência numa segunda língua, ela precisa dar-lhe o tempo e ferramentas para se aprimorar. Também é necessário que reconheça: durante um período, o funcionário será menos produtivo – até dominar a nova língua, explica o especialista. "A questão principal é de agenda", argumenta Sardinha. "Isso pode acontecer antes de se assumir uma nova função ou depois."
RH
Os gerentes de RH também devem considerar a oferta de cursos relevantes para suas empresas e definir as expectativas para o progresso a fim de acelerar o processo de aprendizagem de línguas.
“Não é suficiente dar aos funcionários o acesso a um programa livre de idiomas e supor que eles irão aprender por conta própria. As empresas precisam acompanhar o progresso dos colaboradores e proporcionar envolvimento contínuo, mensurando resultados por meio de testes reconhecidos internacionalmente. É isso ou o aprendizado não vai se consolidar”,
diz Sardinha.
A prática sistemática também é vital. "Se você não tem a oportunidade de usar um novo idioma, o conhecimento vai desaparecendo", observa o CEO, consultor corporativo com 30 anos de experiência. "Portanto, se você decidir investir dinheiro para treinar os funcionários em idiomas, é obrigatório que verifique se eles serão capazes de usar no trabalho."