Inglês Saber ou não saber – eis a falsa questão

Nível elevado de proficiência na língua inglesa em países com outros idiomas nativos é causa, não consequência, dos avanços sociais e econômicos

Lúcio Sardinha*

Não é novidade para ninguém, muito menos para os gestores escolares, que a educação brasileira enfrenta sérios problemas, especialmente no que tange à
qualidade. A escritora Lya Luft observa que os alunos estão "saindo do ensino médio para a faculdade sem saber redigir uma página ou parágrafo coerente e em boa ortografia em seu próprio idioma!". Se esse é o panorama no conhecimento da língua pátria, que pode ser dito sobre o nível de proficiência em Inglês de nossos estudantes?

A melhor pesquisa internacional comparativa sobre o domínio do Inglês no mundo é o EF Índice de Proficiência em Inglês (EF EPI, na sua sigla em Inglês). O Brasil ocupa posição constrangedora (53° lugar). Figura no grupo de países com proficiência "Muito Baixa." Por outro lado, ocupam o topo do ranking mundial países do Norte da Europa. Nações avançadas econômica e socialmente, vale frisar. Diante da discrepância entre os dois grupos de países, não há como contrariar a premissa colocada pelos autores do estudo: o Inglês é componente chave do bem-estar econômico, tanto em nível nacional como individual. Uma melhor proficiência em Inglês significa rendimentos mais elevados, mais exportações, um ambiente mais propício aos negócios e mais inovação. Em suma, o Inglês é a principal ferramenta de comunicação internacional.

No caso dos países defasados, o estudo EF Índice de Proficiência em Inglês alerta para a necessidade de adoção de programas nacionais abrangentes de formação de professores, reformas educacionais e, em alguns casos, uma mudança de mentalidade de toda a sociedade. Também critica a falta de métodos padronizados para descrever a habilidade, a qualidade e os objetivos do aprendizado do Inglês, ou “a perda de tempo e dinheiro em métodos de ensino de Inglês que não são comprovados e têm baixa qualidade.”

O primeiro passo rumo à metamorfose é mensurar o real conhecimento de Inglês com objetividade – tirar uma foto da mais alta nitidez.

Certificações

O melhor parâmetro para se avaliar conhecimentos na língua inglesa é por meio das certificações internacionais. O TOEFL® (Institutional Testing Program) é o mais
consagrado exame de Inglês utilizado por escolas, universidades e agências governamentais no mundo todo com 300.000 exames anuais. Na área de negócios,
figura o TOEIC® (Test of English for International Communication), que mede a proficiência em Inglês no ambiente corporativo e tem sido aplicado a 7 milhões de
indivíduos/ano. Ambos foram desenvolvidos pela ETS® (Educational Testing Services), empresa norte-americana com sede em Princeton que conta com mais de 900 profissionais só em sua área de pesquisa e desenvolvimento. Ao lado do TOEFL e TOEIC, figura o irmão caçula da família, o TOEFL® JR. Voltado a jovens na faixa entre 11 e 17 anos, este teste começou a ser utilizado no Brasil em 2010 e está em franca expansão. O TOEFL JR. não reprova ninguém, apenas indica o
grau de proficiência com base na pontuação alcançada pelo examinado. Além de servir ao próprio adolescente e a seus pais, é ferramenta útil no balizamento das diretrizes educacionais, especialmente em instituições particulares de ensino preocupadas com qualidade.

Daí o TOEFL Jr. estar sendo aplicado em grandes grupos de estudantes mediante convênio entre escolas e representantes autorizados da ETS no Brasil. É assim que se verifica o real preparo de nossos jovens no Inglês. Trata-se do ponto de partida de uma grande ofensiva rumo a uma cultura de multilinguismo, que vai levar o Brasil a vencer desafios inexoráveis e se inserir com maior projeção no cenário mundial. *Diretor da UP Language Consultants, representante autorizada da ETS no Brasil